O São Paulo trocou de técnico, como tem sido praxe nos últimos anos, mas manteve o estilo desencontrado que lhe valeram cinco derrotas seguidas. Deu certo trabalho ao Vitória no primeiro tempo, que terminou com 2 a 2. Depois, levou um baile, teve jogador expulso (Wellington) e deve agradecer pelo resultado. Ficou barato. Só a falta de pontaria de Renato Cajá ajudou a diminuir o vexame: ele desperdiçou chance embaixo do gol e chutou pra fora um pênalti.
Paulo Autuori manteve, em linhas gerais, a formação de Ney Franco e do interino Milton Cruz, fora algumas baixas por contusão e suspensão. E, por coerência, as falhas se repetiram, sobretudo no espaço enorme entre defesa e ataque. O meio-campo inexiste.
O São Paulo deu a impressão de que iniciaria arrancada para reação ao abrir vantagem com Aloisio nos primeiros minutos. Ilusão. O Vitória foi pra cima, empatou com Dinei e virou com Maxi Biancucci. Uma falta cobrada com a maestria habitual por Rogério Ceni garantiu o empate da primeira parte.
O Vitória foi superior na segunda metade, explorou a avenida que havia pelo lado esquerdo são-paulino, chegava à linha de fundo com facilidade e colocou Lúcio e Edson Silva em estado de alerta. Tanto martelou que fechou a conta com Maxi Biancucci. O Vitória faz campanha notável pela regularidade, insistência e qualidade.
Autuori terá muito pela frente. Vai precisar mais do que conversa para reerguer o time. Tem gente sumida, apagada, perdida. Caso exemplar é Ganso. Onde, afinal, foi parar o futebol de encher os olhos que exibia no início de carreira no Santos?