A Fifa pelo jeito agora pode aquietar o facho. O relator da Lei Geral da Copa, o deputado Vicente Cândido, do PT de São Paulo, já se mostrou favorável à liberação de cerveja e à limitação da meia-entrada. Só falta a aprovação da comissão especialmente formada para analisar o conjunto de regras especiais para o Mundial. O deputado foi mais longe, ao sugerir que as bebidas sejam vendidas sempre e não só na Copa. Quer dizer, o que fazia mal ontem, agora se mostra inócuo.
Na época em que surgiu a polêmica, a Fifa vendeu a ideia de que a Copa no Brasil estava ameaçada, se não houvesse relaxamento em pontos críticos e com os quais não concordava. Soprou o balão de ensaio e houve quem tenha embarcado nele, por interesse ou por ingenuidade. Agora, todos podem dormir tranquilos. O governo ainda vai ensaiar contrapartidas, mas no fim das contas se contentará em ter feito barulho.
Escrevi neste blog, e em minha coluna no Estado, que não havia risco nenhum. A Copa só sairia do Brasil se a Fifa de fato fosse importunada, se não fossem construídos os estádios (vários deles candidatíssimos a se transformarem em elefantes brancos) e se estourasse uma guerra civil. Como vivemos aparentemente em paz, como nossa economia não vai mal das pernas e como as arenas sobem livres e soltas, você acha que a Fifa vai querer arranjar sarna pra se coçar?
Vá lá que Joseph Blatter e Ricardo Teixeira andam estremecidos (pra mim, isso vai só até a página 5). Porém, ambos são empresários e não rasgam notas de 100 euros à toa. Podem até não trocar juras de amor, mas não são tolos. Para eles funciona o lema: Inimizades, inimizades, negócios à parte.
E, nunca é demais lembrar: prepare o bolso para pagar a conta da Copa. E veja se não reclama que se investe muito dinheiro nisso e pouco em obras sociais, como hospitais, por exemplo. Como disse aquele sábio: "Uma Copa não se faz com hospitais, mas com estádios."