O treinador demissionário deve ter ido pra casasem entender o que houve no Maracanã. Aliás, sem compreender o queaconteceu com o ex-time dele. Deve passar a noite a meditar a respeito do que foi a passagem curta, de quase três meses, pela Gávea, com retrospecto de 9 vitórias, 6 empates e 7 derrotas.Nada animador.
A dupla vantagem, antes da tragédia rubro-negra,veio cedo, ou seja, com tempo suficiente para controlar ansiedade, tocar a bola, atrair o Atlético e, dessa forma, aumentar a diferença sem muito esforço, sem grande tensão.
Mas os gols de Hernane e Luiz Antonio tiveram efeito contrário, em ambos os times. Na metade do primeiro tempo, o Fla tinha arrefecido, diminuiu o ritmo e o jogo parecia assunto liquidado. O Atlético, ao contrário, despertou, apertou e diminuiu com o espanhol Fran Mérida. Era o alerta vindo do time paranaense de que a situação engrossaria em seguida.
Batata! Foi o que aconteceu no segundo tempo. O Atlético jogou, o Flamengo assistiu, placidamente, como se estivesse refestelado nas cadeiras do estádio. Dali em diante o que veio foi natural e consequência da postura de cada lado: o empate paranaense, com Dellatorre, a virada com Marcelo e o complemento com Roger. Um passeio rubro-negro (do Paraná), com a marca que Vagner Mancini imprimiu ao time na competição.
O Atlético se mantém no bloco principal, apesar da distância enorme para o Cruzeiro (38 a 49). O Flamengo, com 26, está no bolo daqueles que perdem o sono com medo do descenso. Filme novo? De jeito nenhum. Com exceção do título de 2009, essa tem sido a tônica nestes anos.