"Não alcançou o índice olímpico ainda, que é 10s16, mas tem até julho para conseguir", disse o seu técnico, Camilo de Oliveira. "Hoje ele já estaria na equipe olímpica de revezamento 4x100 metros, porque seu tempo é o terceiro melhor do país na categoria adulta".
Camilo de Oliveira estava orgulhoso ao lado da pista do Estádio Willie Davis, em Maringá. Nem bem a prova dos Jogos Escolares da Juventude tinha acabado e os convites começaram a chegar para levar para um clube grande o menino que defende o Centro Castro Alves de Ensino, em Vila Velha. "Estou estudando, tem convites até para ele ir para fora do País, para fechar contratos até 2020", revelou Camilo, que não é um técnico comum. "Ele só sai se eu for junto".
Camilo é o pai de Paulo André.
Foi atleta dos 100 metros, defendeu o Brasil em competições internacionais, enfrentou Ben Johnson e Carl Lewis e só não conseguiu ir para a Olimpíada de Los Angeles. Ele sabe dos perigos do esporte como ninguém. "Tem gente que fala que estou dopando o menino, mal sabem que sou seu pai. Ele é um talento puro, vai longe",garante. "Em casa é treino, comida pura, batata doce e muito carinho", reforça Mary, a mãe, que é cabeleireira.
A pista onde treinam no Espírito Santo é de terra, tem buracos. Mas isso não impede que o menino corra como ninguém no Brasil.
Neste domingo, Boltinho corre os 200 metros.
(Com Roberto Salim)