Não porque considero menor o confronto com os vizinhos. Ao contrário, em inúmeras ocasiões afirmei que Brasil x Argentina é o maior clássico entre seleções, porque são as escolas que mais astros revelaram na história do jogo de bola. Por isso, tem de ser respeitado. E essas partidas estão longe de representar a tradição de qualidade e rivalidade das duas equipes.
Os times que entraram em campo, na noite desta quarta-feira, em Goiânia, não são os titulares, seja do Brasil, seja da Argentina. São formações experimentais, quebra-galhos, com jogadores chamados apenas para cumprir compromissos comerciais das duas Confederações. Muitos dos que Mano Menezes e Alejandro Sabella chamaram não estarão em jogos de Eliminatórias, na Copa das Confederações, no Mundial. Sequer em outros amistosos.
Então, por que engabelar o torcedor? Por que fazê-lo acreditar que se trata de jogo pra valer? Respeito os rapazes que jogaram; fizeram a parte deles com dignidade. Mas não compro a ideia de que estavam no Serra Dourada as equipes principais. Ora, Argentina sem Messi não passa de time genérico. Sem o maior do mundo escalado, fora os outros súditos, não é pra ser levada a sério. O Brasil estava praticamente sem a defesa titular.
O que se viu foi um treino - não houve nem conjunto, pois foram formações inéditas. O público que foi ao estádio comprou bilhetes caros e a certeza de que veria de fato um Superclássico. Não foi, a ponto de serem sido poucos os momentos de emoção nos 2 a 1 para o Brasil, que vieram com um gol de Paulinho em impedimento, no primeiro tempo (depois de os argentinos abrirem o placar com Martinez) e com um de Neymar de pênalti em cima da hora.
As vaias não foram por acaso. Ou vão dizer que havia só emergentes e gente que não entende nada de bola no tradicional campo goiano?