Pois é o que ocorre com Costa Rica e Grécia. Ninguém imaginou que viessem para ter papel de protagonistas. Quem afirmar o contrário banca o hipócrita. Na verdade, nem se apostava muito na possibilidade de superarem as Eliminatórias. No entanto, deixaram rivais para trás e se apresentaram aqui com a cara e a coragem, para ver que bicho ia dar.
Como franco-atiradoras, se safaram das armadilhas da fase inicial. A Costa Rica estava no "grupo da morte" e saiu vivinha da silva ao complicar a vida de Itália, Uruguai e Inglaterra. Os gregos se enfiaram numa chave meia-boca e, ao lado da Colômbia, superaram Japão e Costa do Marfim.
Resultado disso? Medem forças hoje em Recife, e uma das duas chegará às quartas de final. Seja qual for a premiada, terá cumprido a melhor trajetória da respectiva história - modesta - em Mundiais. Um dos aspectos notáveis da competição, como já aconteceu com Chile (em 1962, semifinalista na condição de anfitrião), com Camarões (em 1990), Coreia (semifinalista em 2002, em casa).
Bom deixar claro que, se isso se confirmar, não haverá demérito algum. Não tiveram ajuda de árbitros, não despontavam bem cotadas em avaliações preliminares em bolsas de apostas. Enfim, estavam com a bola bem murcha e superaram adversidades.
Os costa-riquenhos, pela condição de coadjuvantes na região da Concacaf (embora tivessem participado de Itália/90 e Alemanha/06) e os gregos como azarões na Europa, mesmo com o título continental conquistado em 2004, na final em Portugal, contra os anfitriões, então sob o comando de Felipão. Para elas a farra está ótima, e continuará assim, ao menos até o meio da semana.