O São Paulo parece que trava no Majestoso, independentemente do mérito do Corinthians. Que, aliás, se aperfeiçoa na arte de amarrar o jogo. Nos duelos recentes, ninguém se salva, não encaixa jogadas, não acerta passes, não incomoda a defesa. Até perde pênalti, como aconteceu com Rogério Ceni na tarde deste domingo, no Morumbi. Esteve nos pés do goleiro artilheiro a chance do empate, que morreu no joelho de Cássio e no travessão.
Parece que bate desespero em Muricy Ramalho e pupilos. Não há estratégia que funcione, não aparece um jogador para assumir a responsabilidade e pegar o touro à unha. Com exceção de Centurión, o resto decepcionou. O argentino correu, foi valente, se apresentou para o jogo, até numa forma de tirar de si a desconfiança a respeito de adaptação ao Brasil e ao time.
O Corinthians, ao contrário, tem gente que cresce nos momentos agudos. O caso mais emblemático é o de Danilo, aquele que um dia saiu do São Paulo porque acharam que já tinha dado o que podia. Ele fez o gol da vitória, ajustou o meio e só saiu depois da expulsão de Gil, no lance do pênalti (pra mim, exagero do árbitro, aliás muito confuso). Outro que merece destaque é Cássio, há muito uma das referências da equipe. Felipe jogou bem, enquanto os demais não comprometeram. Trata-se de um conjunto linear e equilibrado.
O Corinthians sabe o que quer, executa bem as propostas estabelecidas por Tite, mesmo que seja muquirana no jogo bonito. Não se pode contestar que seja eficiente e maduro. O São Paulo oscila e bota medo no torcedor - não no Paulista, que esse a classificação é fichinha. O problema está na Libertadores. Será que conseguirá passar? Depende apenas dele, e de jogar bom futebol.
Em tempo: nem 20 mil o público no Morumbi. Ridículo, sinal de que o torcedor tem medo de violência e do preço alto.