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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Corinthians foi presunçoso. Volta com derrota

O Corinthians não inventou moda, em Buenos Aires, mas também não foi atrevido. Ao contrário, teve comportamento dispersivo, quase presunçoso. Consequência disso? Perdeu para o Boca Juniors por 1 a 0, na ida das oitavas de final. Não é resultado desastroso e pode ser anulado na volta, dentro de duas semanas. Mas, para tanto, terá de jogar futebol, o que não se viu em La Bombonera.

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Por Antero Greco
Atualização:

O Boca tecnicamente hoje é mais limitado do que o atual campeão da América e do mundo. A equipe, de novo sob a guarda de Carlos Bianchi, passa por transformação, a ponto de patinar no Campeonato Argentino e de não ser vista como favorita nesses duelos pelo torneio continental. Enfim, não é o bicho-papão de 12, 13 anos atrás.

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Mas é o Boca, tem camisa, história, tradição, uma torcida barulhenta e um estádio que sufoca os adversários. E foi desses aspectos que se valeu para superar o Corinthians, na noite desta quarta-feira. Se não tem os astros de um tempo atrás (Riquelme, por exemplo, não pegou sequer banco), compensa com entrega incansável.

Foi o diferencial sobre um rival que também superou traumas, nos últimos dois anos, com receita idêntica. Só que esqueceu da fórmula desta vez. Os corintianos não foram medrosos, não mudaram na essência a forma de jogar. Tite não colocou todo mundo na defesa, à espera de um contragolpe decisivo. Não houve covardia.

Houve, sim, altivez desnecessária, um jeito blasè - ou um saltinho alto, pra ficar no popular. O Corinthians não apertou na marcação, não foi para as divididas como na decisão de 2012, não acelerou o passo, quando esteve no ataque. Criou, a rigor, duas chances - uma com Romarinho, que Orion mandou para escanteio, e outra com Guerrero, que bateu na trave. E basicamente ficou nisso.

Não que o Boca tenha sido muito superior, mas suou, pois sabia que empate já seria sentença de desclassificação. Tanto fez que conseguiu a vantagem com Blandi e, por pouco, não ampliou com Ledesma, que mandou para o gol, mas impedido. (Tomou amarelo na comemoração inútil e, em seguida, o vermelho, por falta.)

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Danilo, sempre importante nessas ocasiões, sentiu contusão; preocupa. E Pato entrou apenas no segundo tempo - o que demonstra ainda temor em utilizá-lo sempre. Enfim, não há motivo para desespero. Basta o Corinthians ser o habitual para livrar-se dessa.

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