A prática é que desmente as probabilidades. A queda de desempenho do Corinthians é acentuada e os resultados ruins das últimas seis rodadas ¬- dois pontos ganhos - apenas refletem o esgotamento. A derrota por 2 a 0 para o Vasco, na noite desta quarta-feira, foi mais uma demonstração de que o grupo montado para grandes conquistas no ano do centenário chegou ao limite.
A diretoria e a comissão técnica imaginaram um time campeão da Libertadores, que se tornou obsessão e impede planejamento mais racional. Por isso, foi mantida base boa, mas com média de idade alta, e ainda vieram jogadores veteranos. O título sul-americano parou nos confrontos com o Flamengo, o elenco suportou boa parte de uma Série A exigente e puxada, mas agora abriu o bico. E no momento decisivo.
A prova de que houve a virada de fio foi o desempenho em São Januário. O Corinthians levou dois gols na etapa inicial e nem dá para reclamar que no primeiro Zé Roberto estava em impedimento. Tomaria outros gols, como tomou o segundo. O futebol alvinegro esteve perto do medíocre, jogadores experientes estão sem fôlego e/ou com autoconfiança abalada. O time passou praticamente o jogo todo sem incomodar Fernando Prass - exceto num lance que Iarley mandou para fora na primeira fase e num chute de Jucilei na segunda. E Adilson Batista já não serve como desculpa.
Perdido dentro de campo, perdido fora também. A diretoria nega contatos com treinadores, depois de ter demitido o treinador, e se mostra pouco afinada com os nomes de seus funcionários. Reveladora foi a reação do presidente Andrés Sanchez, em rápida entrevista à rádio Eldorado/ESPN. Quando o repórter Flávio Ortega lhe perguntou se o interino Fabio Carille seria mantido até o final do ano, devolveu. "Carille, quem é Carille?"
Enquanto isso, pelo twitter patrocinado, Ronaldo anunciou que voltará ao time no domingo contra o Guarani. Já dá como certa a escalação. Agora, é na base do vai ou racha.