As duas derrotas seguidas em oito dias mostraram ao Corinthians a realidade do Campeonato Brasileiro. O líder sobrou nas dez rodadas iniciais, com a notável sequência de nove vitórias e um empate.Por isso, mereceu elogios rasgados, ora se mereceu! Mas as topadas diante de Cruzeiro e Avaí dão uma enquadrada em Tite e sua turma e revelam que o time tem carências e pontos frágeis como os demais. E tornaram a competição aberta.
O Corinthians depende só de si, ainda, para seguir no topo. Mesmo com a escorregada neste domingo na Ressacada mantém a ponta, embora veja crescer a sombra de Flamengo, São Paulo, Palmeiras e Vasco. Basta que saiba tirar lições das derrotas. Não aprendeu muito com a quebra da invencibilidade, há uma semana. Quem sabe, agora não seja diferente?
Mas teria sido um desastre total em Florianópolis? Não. No primeiro tempo, o Corinthians mandou no jogo, criou chances, teve duas bolas na trave (com Paulo André e com Willian). Além disso, fez o gol, numa bonita jogada pela esquerda, com Ralf, Danilo e a conclusão de Emerson. O Avaí deu um chute a gol e tratou de se segurar como pôde para evitar vexame.
Tudo mudou na etapa final. Danilo teve de sair, por contusão, e cedeu lugar para Alex. Que é até mais leve e habilidoso, mas está aquém do ritmo do titular. Danilo tem sido um dos responsáveis pela boa fase corintiana. Logo aos 6 minutos, veio o empate, com William, o do Avaí, após cobrança de escanteio.
O Corinthians balançou e tratou de se reerguer e recuperar a vantagem. Quando ia à frente, levou a virada, com Rafael Coelho. Pronto, o gol serviu para fazer o alvinegro desandar. Tentou o empate na correria, no nervosismo e sem elaborar jogadas. Resultado: tomou o terceiro, de novo com Rafael Coelho. Só teve tempo de diminuir, com Jorge Henrique. Já era tarde.
O Corinthians não é uma maravilha da natureza, nem cavalo paraguaio, como dizem alguns jogadores. Está na média de outros bons concorrentes e acima de muitos. Fazem falta, no entanto, Júlio César, Chicão, Liedson. Tite sabe disso.