A partida merecia casa cheia, Mineirão lotado, bandeiras alvinegras e celestes, serpentinas, rojões, charangas e bandas de música. Enfim, tudo o que merecem os espetáculos especiais. No entanto, por causa da ignorância e da intolerância de falsos torcedores - e também pela impotência oficial para conter a violência - as arquibancadas foram liberadas apenas para um lado. Nem assim, os cruzeirenses compraram os ingressos disponíveis.
O temor por incidentes se tornou real, embora sem maiores consequências, na chegada do ônibus do Atlético, apedrejado por alguns vândalos. Dentro de campo, porém, teve tudo - gols bonitos, virada, pênalti, exibição de gala e expulsão de Diego Tardelli. Só faltou vendaval, tufão, maremoto, chuva de granizo ou cair neve. O resto teve, como no Brasileiro do ano passado, também com vitória atleticana por 4 a 3, em Uberlândia, e com três gols de Obina.
O Cruzeiro, que se prepara para a estreia na Libertadores, contra o Estudiantes, saiu com força total e ficou em vantagem aos 19 minutos do primeiro tempo, com Wellinton Paulista. Mas Diego Tardelli fez a festa virar de lado aos 25, em cobrança de pênalti, e aos 27. Na etapa final, Henrique empatou aos 4, Diego Tardelli fez o terceiro do Galo aos 5 e Neto Berola aumentou a diferença aos 26. Gil diminuiu aos 40, para pôr fogo nos minutos finais, quando Tardelli recebeu o segundo amarelo e foi expulso.
Quem conseguiu gravar o jogo, deve revê-lo várias vezes - sobretudo se for atleticano, é evidente. Mas o cruzeirense também pode dar uma espiadinha, porque a partida honrou a tradição de ambos. Faltou mesmo foi público.