Daí você pode perguntar: e o empate também sem gol na estreia, na semana passada? Placar igual, situação diferente. Aquele jogo foi contra Universitario Sucre, na Bolívia, em altitude de 2800 metros acima do nível do mar. A dificuldade natural aliada à viagem, ao fato de atuar como visitante, a tensão de iniciar a caminhada na tentativa do tricampeonato continental. Ali, o resultado foi positivo.
Em casa, não. Ao não passar pelo rival argentino, o Cruzeiro deixa dúvida no ar, provoca certa apreensão no torcedor, diante da perspectiva de brigar no sufoco por classificação para as oitavas de final. E, na matemática da Libertadores, a conta é simples: vencer em casa e não perder fora. O Cruzeiro cumpriu a tarefa em Sucre, pisou na bola no Mineirão. Terá de recuperar esses pontos na Argentina.
O Cruzeiro pressionou, o que afinal se espera de uma equipe da qualidade dele. Tratou de dominar, fechar espaços e ir pra cima. Até aí o roteiro foi perfeito. Faltou o principal: finalizar melhor, com precisão. Nos poucos lances com chance real de gol, ainda esbarrou na atuação segura do goleiro Matias Giordano. Nas raras falhas do sistema defensivo, ele deu conta do recado.
O Cruzeiro ressente-se de Everton Ribeiro e Ricardo Goulart. É fato. Ok, não adianta reclamar agora, porque não há volta, ambos saíram e o desafio é compensar essas baixas duras. O técnico Marcelo Oliveira tenta recompor o meio-campo e o ataque, com De Arrascaeta, Willian (depois Alisson), com Leandro Damião, que lutou muito, errou na hora H. E, no momento em que acertou o gol, o juiz anulou sob alegação de que Marquinhos estava impedido.
Claro que a classificação é possível e depende só do Cruzeiro. Mas precisa jogar mais e de maneira incisiva.