Houve época no futebol paulista em que os times iam buscar de baciada jogadores no São Bento.
O Palmeiras, por exemplo, era freguês: trouxe o ponta Copeu, o goleiro Chicão, o centroavante Picolé e o inigualável Luís Chevrolet, o Luís Pereira - um dos maiores ídolos da nação alviverde.
Mas isso foi há muito tempo.
Será que o São Bento de hoje será capaz de honrar a tradição na próxima fase do Paulista?
O time se classificou como gente grande ao bater o São Paulo por 1 a 0 e terminar a primeira fase com 7 vitórias, 6 empates e apenas 2 derrotas - nenhuma delas para os clubes da elite: empatou com Palmeiras e Corinthians.
O próximo adversário será o Santos, que leva a vantagem de jogar na Vila Belmiro - será apenas uma partida nesta fase. Claro que os santistas são favoritos, mas a equipe de Sorocaba pode surpreender.
Tem meio-campo consistente, defesa que sofreu menos gols que o próprio Santos e ataque perigoso, onde o veterano Edno é preocupação constante.
Tudo isso ficou muito evidente diante da equipe de Edgardo Bauza. Podem dizer que o São Paulo não jogou com sua formação máxima, sem Calleri e Ganso. Podem até falar que se poupou para quarta-feira contra o River Plate, no Morumbi. Tudo verdade.
Mas o São Paulo também precisava da vitória para enfrentar o Osasco Audax como mandante. E seria muito bom manter a série invicta que já durava sete partidas. Mas Alan Kardec desperdiçou algumas boas chances, todas nascidas em jogadas de Centuriòn e aos poucos cedeu espaço para o São Bento.
No segundo tempo isso ficou mais evidente, num chute de Edno, que Denis conseguiu espalmar aos 5 minutos. Mais um pouco e o ala Régis fez um golaço, ao dominar a bola, driblar Lucão e bater por cobertura na saída do goleiro.
A reação tricolor foi tímida e a vitória do São Bento foi justa e, com certeza, alguns de seus jogadores vão acabar em times grandes.
O Santos que se cuide no Paulista.
E o São Paulo que corra mais na Libertadores, porque não vai ser fácil bater o River Plate.
(Com participação de Roberto Salim.)