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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Dedicação: sobrou pro Palmeiras faltou ao Grêmio

Grêmio e Palmeiras, que têm andado próximos no noticiário ultimamente, tiveram pontos semelhantes e divergências na estreia na Libertadores. Ambos deram a largada na competição no mesmo dia, quinta-feira, com placares idênticos, porém de significados diferentes. Os gaúchos perderam por 2 a 1, em casa, enquanto os paulistas venceram por 2 a 1, também como mandantes.

Por Antero Greco
Atualização:

O ponto em comum: foram a campo com diversos estreantes, com formação inédita, no máximo ensaiada um pouco em treinamentos. O Palmeiras mostrou Weldinho, Marcelo Oliveira, Vílson, turma que entrou na base da emergência. O Grêmio mostrou para a torcida André Santos, Adriano, Barcos, Welliton, alguns dos atletas recentemente desembarcados para comporem um elenco repleto de alternativas.

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As novidades influíram nos times, mas tiveram sua importância diminuída ou aumentada, de acordo com a conveniência. Para os alviverdes, a falta de conjunto não interferiu tanto no desempenho. Já para os tricolores, ela foi um dos motivos para a derrota. Nas duas situações são meias-verdades, lugares-comuns do futebol. Uma equipe não pode passar imune a elementos novos (Palmeiras), como também não pode creditar a recém-integrados boa parcela de culpa por deslize (Grêmio).

Levadas em conta circunstâncias como locais, adversários distintos, situações de jogo peculiares, é possível dizer que sobrou ao Palmeiras o que faltou ao Grêmio: dedicação, empenho, reconhecimento das limitações. Um jogou diante de seu público com a convicção de que é franco-atirador, não está na turma dos favoritos e tinha de provar capacidade para não dar vexame. O outro inconscientemente foi para o desafio como se tivesse apenas de cumprir uma formalidade e carimbar os primeiros três pontos.

Em consequência disso, o Palmeiras correu, suou, tomou sufoco em vários momentos, se desdobrou. Porque tinha necessidade de vencer, precisava senão afastar pelo menos diminuir um pouco a desconfiança que há em torno de si. O Grêmio, ao contrário, não acreditou no entusiasmo do Huachipato, demorou para se dar conta do que acontecia no jogo. E, ao acordar, já era tarde: tinha sido dominado e a derrota foi justa.

Ok, foi apenas a largada. Não significa que um tenha encontrado o caminho e o outro se candidate ao fiasco. O Palmeiras tem de melhorar muito e certamente passará por modificações. O Grêmio precisa voltar a ser uma equipe, e não somente um bloco de jogadores de qualidade. A derrota pode ser o estopim para o crescimento, desde que seja tomada como alerta e aviso. Há tempo de sobra para reagir.

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