Situação semelhante pode viver, logo mais, outra prata da casa. Dunga está na base do balança mas não cai, após resultados decepcionantes no Brasileiro. Parte da torcida já o queimou, a ponto de gritar acintosamente "Adeus, Dunga!", na derrota por 1 a 0 para a Portuguesa, na tarde deste domingo, em Novo Hamburgo. O processo de fritura está em curso.
Dunga demorou dois anos e meio para sair da toca, desde a eliminação do Brasil no Mundial da África do Sul. Amadureceu a ideia de voltar aos bancos de reserva e vislumbrou no Inter o caminho mais adequado para isso. Casa conhecida, dirigentes com os quais já havia tratado, elenco de boa qualidade. Enfim, perspectiva de sucesso.
Agora, Dunga começa a viver a realidade complicada da profissão que resolveu seguir. Não é de hoje que o torcedor reclama de suas decisões tática, de suas escolhas para o time. Ok, o Inter não mantém regularidade, mas tem chance ainda de Libertadores, tanto via Campeonato Brasileiro como via Copa do Brasil. O barco não naufragou e pode tomar rumo certo com ele.
A diretoria garante que não mexerá em nada, antes do final da temporada. Pode ser verdade ou pode não passar de retórica, de conversa fiada, a fim de ganhar tempo. O repórter André Plihal, da ESPN, adiantou que Tite havia sido procurado para assumir imediatamente, mas que recusou a oferta, por entender que não acabou a tarefa no Corinthians.
Como acredito em tudo e em nada no futebol, não me surpreenderei se Tite for pra lá. Assim como não me tirará o sono, se ele ficar onde está e Dunga resistir no Inter até dezembro. É certo, porém, que o time carece de regularidade para se tornar confiável.