Mas, admito, ultimamente tem sido gratificante ver a amarelinha em ação. A transformação, desde a chegada de Tite ao comando, é inegável, intensa, gritante e evidente. Merece elogios.
Que mudança dos tempos de Dunga - e mesmo do Mundial de 2014. Antes, via-se uma tropa desarticulada, sem iniciativa e à espera de proezas de Neymar. Agora, se percebe organização, ordem, ensaio, variação. O Brasil não é um bando de bons jogadores a perambular pelo gramado. É uma equipe de futebol.
Não escrevo isto por causa das seis vitórias consecutivas. Como se ganhar seis jogos, depois do sufoco anterior, fosse brincadeira de criança, coisa que acontece a todo momento.
O que entra em conta na avaliação é a postura - e nesse quesito a seleção tem sido competente. Percebe-se um plano de jogo, a distribuição de tarefas ajusta-se, o entrosamento refina-se. O time não se defende na base do seja o que Deus quiser, assim como não é um largadão no meio-campo e no ataque. Há preparo.
Isso ficou claro no jogo com o Peru, terminado na madrugada de hoje. Após o susto inicial, com uma bola na trave do gol de Alisson, o Brasil acalmou-se, controlou as ações, domou o adversário e se impôs na categoria. Correu poucos riscos, bem a cara de Tite. Se não criou muito no primeiro tempo, soube ser eficiente no segundo, quando surgiram os gols de Gabriel Jesus e Renato Augusto.
Mais importante: houve trocas constantes na frente entre Philippe Coutinho, Gabriel, Neymar. Além disso, Renato Augusto funcionou bem pelo lado direito, foi participativo, fez gol. Paulinho também cobrou o setor dele e por pouco não fechou a conta em 3 a 0. Daniel Alves e Filipe Luís atacaram e defenderam bem, Miranda e Marquinhos estiveram firmes na zaga.
Há o que aprimorar, claro. Mas, a seleção cresce, desenvolve-se e vai incomodar mais, daqui para a frente. E, com 27 pontos, pode providenciar passaportes para a Rússia. Que, como diria o outro, é logo ali...