O treinador português foi forçado a voltar ao tema, em entrevista coletiva nesta terça-feira, e não escondeu desdém em relação a Kaká. Em primeiro lugar, não desmentiu o teor da matéria jornalística, o que já é indício de veracidade. Na sequência, alegou que o elenco será definido até sexta-feira, quando fecha o mercado, e falou que tratará Kaká como outro qualquer, se por acaso não aparecer nenhuma proposta tentadora para levá-lo embora.
Kaká representou investimento alto para o clube, que três anos atrás o tirou do Milan por 65 milhões de euros. E não rendeu o que se esperava. Teve problemas com contusões, operação e longo período de inatividade. Com a chegada de Mourinho, parecia ver aberto o caminho para a recuperação, mas tudo não passou de ilusão. O português logo se cansou dele.
Por temperamento cordial, e por estratégia profissional, Kaká evita o confronto. Não interessa para ele brigar com o chefe; ao contrário, o melhor é ter paciência e só ir embora se receber o que considera justo. Ou se vier uma proposta de trabalho tentadora. O Milan seria a alternativa natural, pois marcou época por lá. Mas os milaneses garantem ter desistido.
Por que não pensar, então, em retorno - e para o São Paulo? Senão agora, quando o mercado reabrir. O clube de origem é dos poucos que hoje têm cacife para bancar a contratação, a identificação com a torcida é grande e seria o meia que compensaria a tentativa (até agora frustrada) de contar com Ganso. Um indício de que o a volta para casa não está descartada é o fato de que parte da família de Kaká estaria a arrumar a mudança de Madri para São Paulo.