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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Fator River Plate*

 

Por Antero Greco
Atualização:

(O texto abaixo está atualizado e corrigido. Na edição impressa, saiu que empate seria ruim para o São Paulo e derrota significaria eliminação. Como o The Strongest perdeu para o Trujillanos, o SP pode até perder para o River Plate que ainda assim tem chances de avançar, pois decide a vaga diretamente com o The Strongest na última rodada. A correção no jornal impresso será feita na edição de sexta-feira.)

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A turma do futebol aderiu, e já faz tempo, a ações motivacionais, sobretudo antes de jogos decisivos. Nessa onda, São Paulo e Palmeiras poderiam entrar em campo, neste meio de semana, embalados ao som de Paulinho da Viola e a insistir no refrão "Foi um Rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levar." Talvez não os ajude a ganhar, mas alivia a alma, ainda mais se fizerem associação com os desafios que têm pela frente.

Atenção e espírito leve é do que precisam tricolores e palestrinos, nos duelos contra os dois River Plate que vêm do sul do continente e homenageiam o Rio da Prata, caudaloso divisor de águas entre Argentina e Uruguai. O River argentino é a pedra no sapato são-paulino para seguir na Libertadores. O uruguaio, menos famoso do que o vizinho, é o obstáculo palmeirense na chave em que se encontra em situação desfavorável.

O São Paulo tropica no Grupo A, derrapa mais do que o normal e deixou a zebra boliviana passear na estreia, em casa. Ainda assim, depende apenas dos próprios esforços para seguir adiante no torneio. Com 5 pontos, precisa bater o River à noite, no Morumbi, e segurar o The Strongest, na última rodada, em La Paz. Simples, no papel. Na prática, as ações se enroscam.

O entrave vem de dentro. Bauza testou mais de uma dezena de formações, desde janeiro, sem ter encontrado a ideal. O São Paulo versão 2016 não descobre meio de afastar o ponto de interrogação que grudou nele há mais de ano. A gangorra é incessante e enervante. Quando se aposta alto em Ganso & Cia., vem a decepção, como na derrota de domingo diante do São Bento.

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A inconstância leva preocupação ao torcedor; todavia, não o afasta, como comprova a excelente procura por ingressos para esta quarta. Taí, o público percebeu a importância do apoio. A chance derradeira de afastar frustração. Empate ou derrota, qualquer alternativa é ruim, mas não irreparável, pois ainda restará a briga direta pela vaga com The Strongest, na última rodada.

O discurso de cautela não cola. Cuidado é bê-á-bá em qualquer atividade. O São Paulo precisa de coragem e atrevimento, deve mostrar de cara quem manda. Ah, o River tem peso e nome! E quem disse o contrário? Se a questão é lastro, o tricolor daqui tem de sobra, como atestam os três títulos sul-americanos e os três mundiais de seu currículo. Tem de parar com postura obsequiosa, não há meio-termo e é hora da arrancada. Ou mostra que entrou para fazer boa figura ou sai fora de vez.

A noite precisa ser épica, daquelas de lavar a alma e de fazer os fãs acreditarem que a equipe entrou nos eixos. Certo, isto soa conversa de autoajuda, e talvez o São Paulo não tenha alcançado nível de desempenho confiável. Eis a oportunidade de afastar sombras. Ou de torná-las mais ameaçadoras. Se não arriscar, pode cair como pequeno - e isso decepcionaria mais do que uma derrota com grande espírito de luta.

Beco com saída? O raciocínio acima vale para o Palmeiras, e em dobro, como o peso da missão reservada para amanhã no Allianz Parque. Não só tem o dever de surrar o River Plate, como fica de olho em outro uruguaio, o Nacional, que recebe o Rosario Central. A equação para a classificação o palestrino está careca de saber: vitória aqui e queda do Rosario lá - ou empate, se a moçada de Cuca sapecar uma goleada. Difícil, complicado?Certamente, tanto mais que estará desfalcado de Gabriel Jesus. Fica à espera de um duplo milagre? É por aí. A história do futebol está repleta de coincidências. Vai que emplaca mais uma?

Depois, são-paulinos e palmeirenses podem fartar-se com Paulinho da Viola. Que, independentemente de resultados, é maravilhoso.

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Ele voltou. A CBF está novamente sob as ordens de Marco Polo Del Nero. O presidente interrompeu o afastamento, reassumiu o cargo e disse que vai defender-se na ativa. E por acaso teve alguém que acreditou que o coronel Nunes, no período, mandou alguma coisa? E tem quem acredita em CBF moderna? Tá bom.

*(Texto atualizado da coluna publicada na edição impressa do Estadão desta quarta-feira, dia 13/4.)

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