A pressão sobre Flu e Corinthians se deve ainda ao fato de os rivais locais já terem feito a festa. (No caso paulista, Palmeiras e São Paulo também chegaram no topo.) Acrescento a este quadro a final que o Flu perdeu para a LDU, em casa, quatro anos atrás. O Corinthians chegou perto em 2000, mas saiu na semifinal, no tira-teima dos pênaltis com o Palmeiras.
O Flu sentiu o nervosismo na estreia, no 1 a 0 sobre o Arsenal de Sarandí. De qualquer forma, se livrou da ansiedade inicial e foi importante demais vencer, num grupo que tem o Boca, sempre temível, mesmo com o 0 a 0 de terça-feira diante do Zamora. O Flu tem elenco para fazer campanha muito boa, quem sabe semelhante àquela em que a taça bateu na trave...
O Corinthians mostra hoje à noite, na Venezuela, se amadureceu para a Libertadores. Ganhar o torneio virou obsessão muito chata e tem atrapalhado a vida do time na competição. Dá a impressão de que o alvinegro tem menos prestígio, em relação aos concorrentes domésticos, por lhe faltar esse troféu. Bobagem, porém compreensível. O crescimento corintiano, nos últimos tempos, é indesmentível e incomoda os rivais. Daí resta a gozação com a Libertadores.
Não sou adivinho, mas não é fora de propósito afirmar que o Corinthians este ano tem potencial para apresentar-se como postulante ao título. O elenco é bom, sem ter nada de extraordinário. (E alguém tem?) Tite tem alternativas para mexer na equipe, sobretudo do meio-campo para a frente. A defesa não entusiasma, em compensação não provoca calafrios.
É, portanto, um grupo ajustado e com muita gente experiente. Se não se deixar envolver por fantasmas de tropeços anteriores, pode dar samba. A gente vai ver isso a partir de hoje, contra o Deportivo Tachira. O ano promete.