O placar não empolgou, mas o duelo foi bom e interessante. As duas equipes jogaram com intenção de ir à frente, por opção dos treinadores e por necessidade. O Santos estava quatro jogos sem vencer e o Atlético vinha de derrota no clássico com o Cruzeiro. O que se viu foi ao menos velocidade e disposição.
O Galo pressionou, porém levou o gol, marcado por Ricardo Oliveira, num boa arrancada, que deixou Leonardo Silva para trás. A virada mineira veio no primeiro tempo mesmo, com Werley (contra) e Dátolo. O empate final surgiu no segundo tempo, com Gabriel.
O detalhe que me chamou a atenção, no entanto, apareceu com intensidade após o apito final. A torcida do Atlético vaiou Levir Culpi, para demonstrar insatisfação pelo fato de o time ter empacado nas duas últimas apresentações em casa. Muita gente não gostou também da troca de Pratto por Jô, que entrou e não justificou a enésima chance.
Galo e Santos foram pra casa com a sensação de que enfrentarão turbulência logo, como tantos concorrentes da Série A. Diria, quase todos. Levir sente os primeiros sinais de desgaste com o próprio público, enquanto Marcelo Fernandes vê diminuir o crédito acumulado com a conquista do título paulista.
Entendo a preocupação do torcedor de ambos os lados. O mineiro se ressente da queda de desempenho do Atlético, que largou muito bem e se credenciou como concorrente ao título. O do Santos teme que a campanha no Estadual tenha sido apenas fogo de palha. As próximas rodadas dirão se os temores são duradouros ou apenas fumaça.