Mas, assim que cruzaram a linha de chegada, e sob o som das vaias da plateia, o campeão ajoelhou-se diante do terceiro colocado e lhe prestou homenagem. Mostrou o quanto respeitava a história, a trajetória, a qualidade, o valor do astro a quem conseguiu bater. Gesto bonito, de humildade, que só os valentes de espírito conseguem ter. Assim foi Gatlin.
Bolt não deixou por menos. Embora imaginasse que ficaria com a prata (foi para o norte-americano Christian Coleman, com 9'94), abraçou Gatlin e por vários segundos trocou palavras de carinho e incentivo com ele. O tricampeão olímpico, com essa atitude, referendou a vitória, desarmou a prevenção dos fãs. Enfim, provou que a elegância é para poucos, para os bons.
Bolt é um mito do Esporte, carismático, simpático, envolvente. Encantou torcedores por onde passou. Não foi diferente na despedida, na Inglaterra. Tanto que, mesmo medalha de bronze, roubou a cena, ao agradecer as pessoas que lotaram as tribunas. Ele foi o entrevistado, como se tivesse vencido a prova.
Gatlin, o campeão, emocionou-se e saiu da pista de fininho, quase a pedir desculpas pela ousadia de superar um mito como Bolt. A modéstia, naquela hora, só valorizou mais o extraordinário desempenho do norte-americano, que escreveu outra página de fairplay no esporte.
Parabéns para os dois.