Num pequeno espaço, ainda, no Beira-Rio, mas que tem um significado enorme para eventual transformação da forma como hoje se encara uma partida de futebol.
O 0 a 0 no placar me interessa menos. O GreNal (sem hífen, como vi grafado numa crônica) pode virar um marco. A iniciativa de juntar opostos, num Estado em que o futebol divide profundamente, foi sacada inteligente, sensata e sobretudo factível.
O que vimos hoje é a prova de que a convivência pacífica não é impossível. Que o exemplo se estenda pelo Brasil. Aquele trecho de tribunas coloridas foi lindo e merece virar obra de arte. Com a bola a rolar, o empate mostrou méritos e limitações dos dois times.
O Grêmio, em fase de remodelação, jogou na base da superação, da marcação forte, da tentativa de anular qualquer iniciativa do Inter. Por isso, esteve ligeiramente melhor no primeiro tempo.
O Inter com diversas alterações, penou para encontrar brechas na parte inicial, teve em Alisson uma fortaleza (ao menos em duas defesas) e não pode apostar ainda em Anderson como um dos coordenadores do meio-campo. (Tanto que foi substituído por Alisson Farias.) Mesmo assim, melhorou no segundo tempo e na melhor chance parou em Marcelo Grohe.
O Grêmio ressente-se da saída de figurões e lhe falta um centroavante, um "9" ou no mínimo alguém que empurre bola para o gol. O Inter careceu de atrevimento na criação de jogadas.
Na ordem natural da competição, o placar não mudou de forma significativa a vida de nenhum dos dois.