E por que não foi coisa de outro mundo? Porque o estágio atual da seleção é esse que se viu no Estádio Nacional, em Santiago. Ou seja, limitado, tacanho, pobre. Não por culpa de Dunga, embora como chefe tenha de aguentar o tranco e assumir responsabilidade. Era assim já com o próprio Dunga, no período de 2006 a 2010, e foi assim também com Mano Menezes e com Felipão.
O Brasil vive longo jejum de astros, uma entressafra mais persistente e incômoda do que a seca no sistema Cantareira, em São Paulo. Noves fora Neymar, não há por aqui abundância de craques, de gente que resolva, que chame para si um jogo complicado e o resolva.
Aliás, nem o astro do Barcelona consegue fazer isso com regularidade. Ele campo representa mais criatividade e não necessariamente vitória. Sem ele, como ocorreu agora, daí que a seleção vira um time como qualquer outro que a gente vê por aí.
Não foi diferente contra os chilenos. Dunga armou uma equipe certinha e nada além disso. Um grupo que cuidou de não tomar gol para garantir empate ou, quem sabe?, vitória em contragolpe. Falhou tanto numa como noutra alternativa.
Sim, falhou porque levou os dois gols, não importa se próximo do fim do jogo. Levou os gols, perdeu. Também pecou porque até teve chances para abrir vantagem, sem que houvesse qualidade no último passo ou nas finalizações. Não fez bem nem uma coisa nem outra.
A defesa foi normal e sem destaque. O meio-campo não brilhou, pois não tem um maestro, o sujeito que diz assim: "Agora é comigo". Oscar? Willian? Elias? Nenhum deles tem estofo para isso. O ataque ficou vendido, mesmo com o empenho de Douglas Costa e os chutes de Hulk.
Meu amigo, se ligue porque assim será até 2018. Apesar de tudo, mantenho esperança na classificação. Que, pelo visto, será sofrida.