Pois esse episódio demonstra o conservadorismo e a hipocrisia que existem no futebol. E, no caso dos atletas, de falta de juízo e cuidado. Para começo de conversa, Alan Patrick, Pará, Everton, Paulinho e Marcelo Cirino não estavam em horário de trabalho. Portanto, até prova em contrário, não feriram o regulamento do clube. Na folga, cada um faz o que quer da própria vida.
Essa brecha pode ser usada pelos jogadores em eventual ação contra o Flamengo. A não ser que o departamento jurídico prove que, ao aparecerem em fotos de uma balada, estariam a manchar a imagem da instituição. Ainda assim, há margem para discussão em tribunais do trabalho. Quer dizer, tema para os especialistas e não apenas para os executivos do futebol.
Fora isso, é questionável a eficácia da execração da turma do barulho. Fica a sensação de que foram escolhidos como bodes expiatórios da fase ruim da equipe. Parece que, por causa deles, ocorreu a queda de desempenho. Ao coloca-los à parte, tudo vai mudar. Será? A primeira demonstração virá neste sábado, no clássico com o Grêmio, ao abrir a rodada de final de semana.
Imagino fosse mais sensato chamar os rapazes, adverti-los e mostrar-llhes que a porta da rua estava aberta. Até o afastamento poderia ser gradual, para evitar impacto forte demais no restante do grupo. O desgaste administrativo seria menor.
Isso tudo à parte, é preciso registrar que eles foram sonsos. Errar todo mundo erra, não há quem não faça bobagens, sobretudo na juventude. Mas, por serem figuras públicas, deveriam tomar cuidado, porque hoje em dia o que não faltam são olhos indiscretos, na forma de smartphones, e redes sociais ávidas por escândalos. Sejam discretos, moços!