Não é de agora que se fala a respeito da saída de Kaká. Embora tenha sido contratado a peso de ouro em 2009 (quase R$ 80 milhões), na prática não foi em Madri o jogador decisivo e carismático do período em que ficou em Milão. Problemas físicos, e uma operação, fizeram com que não ganhasse espaço no time. Não mudou nem com a chegada de José Mourinho.
Kaká disse em diversas ocasiões (inclusive em um "Bola da Vez", na ESPN, do qual participei) que só sairia do Real como vencedor. Era um desafio vingar na Espanha. Questão pessoa e de caráter, e acho isso bacana. Sempre quis provar, para ele e para os espanhóis, que não foi dinheiro jogado fora o investimento feito para tirá-lo do Milan.
A maturidade chegou, Kaká está com 30 anos e tem inteligência suficiente para saber se vale a pena insistir. Às vezes, criamos expectativas a respeito de um trabalho e elas não se confirmam. Parece-me que é o que ocorre nessa relação entre Kaká e Real Madrid. Kaká virou um grande ponto de interrogação num elenco que tem estrelas demais...
Se sentir que não tem mais espaço, se avaliar que não o querem mais por lá, o melhor é sair. Não vale a pena insistir. É das piores sensações que existe ficar em um lugar em que não se é desejado. Grana e mercado não lhe faltam. O Paris Saint-Germain acenou diversas vezes interesse em levá-lo. Chegou a hora da decisão.
Madri é espetacular. Mas, não é por nada, não, Paris é fora de série.