Por isso, passou meio batida entrevista de Gilberto Kassab ao Estadão. O prefeito de São Paulo disse, dentre outras coisas, que pretende auxiliar alguns clubes da capital, depois da força (e tanto!) que deu ao Corinthians para tornar viável o Itaquerão. Para adoçar aqueles que ficaram com bico deste tamanho com as isenções fiscais para o estádio alvinegro, o alcaide acena com alguns benefícios. Em outras palavras, pode facilitar a vida de São Paulo, Palmeiras e Lusa.
Kassab garantiu que tem um grupo de estudos analisando o que pode ser feito para essa turma. Gosto do termo "grupo de estudos", passa a sensação de um punhado de sábios reunidos em torno de projetos, planilhas e pareceres técnicos. E, desses encontros, sairão propostas extraordinárias, que mudarão a vida dos clubes e seus seguidores.
Posso enganar-me, mas esse tipo de declaração tem contorno bem político. O ano que vem tem eleições, Kassab criou partido novo, pretende cavar seu espaço e não é de bom tom desgastar-se com torcidas, sejam elas quais forem. Se, na teoria, ganhou simpatia de corintianos, também em tese deixou descontentes os outros. Então, o melhor é fazer média.
E como? Sem embaçar os planos. Ao São Paulo prometeu ajuda na reforma do Morumbi e na construção de um hotel. Ao Palmeiras, acena com colaboração na construção da Arena Palestra (aliás, o que houve de exigências para liberar as obras foi um espanto!). Para a Lusa, talvez, promova algum desconto no aluguel do terreno no Canindé. Ou seja, um afago aqui, outro ali. E todo mundo agora se cala.
Muito bem. Mas fica a pergunta: se a prefeitura deixar de arrecadar com esses clubes, quem vai pagar a conta para equilibrar as finanças municipais? Você tem alguma pista? Eu tenho, e pago todo mês religiosa e pontualmente.