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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Marta seria a vilã. Foi salva por bárbaras mãos

Não entro nos detalhes do jogo entre Brasil e Austrália, no futebol feminino. Creio que muitos dos que leem este blog acompanharam pela televisão. Foi pesado, complicado, difícil, para os dois lados. O empate por 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação desgastou as moças. A turma da casa se deu melhor, na cobrança dos pênaltis, e venceu por 7 a 6; está nas semifinais.

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Por Antero Greco
Atualização:

O foco principal é em Marta, se bem tem uma coadjuvante decisiva na história. Jogadora, especial, diferente, magnífica, a melhor que já surgiu nesta terra. Símbolo de regularidade e eficiência. Pois, por essas ironias da vida, por pouco, por um triz, ela não vira a vilã de uma desclassificação chorada.

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A melhor do mundo em tantas ocasiões ficou para cobrar a última das penalidades, para fechar a série, coroar a sequência perfeita das colegas. Para encerrar uma batalha em que, de novo, foi uma das protagonistas.

Correu, bateu e... E errou.

Marta chutou nas mãos da goleira australiana. Para espanto dela, do restante da equipe, dos milhares de torcedores no Mineirão, dos milhões de brasileiros que torciam por ela. Até dos milhões de australianos que secavam à distância. A nossa "Pelé" falhou.

A rainha desabou a chorar, pressentiu que cairia sobre os ombros dela a responsabilidade por uma frustração tremenda. Injustiça, como tantas que ocorrem na vida, principalmente por ter sido uma das melhores em campo. Como sempre.

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Um castigo que me fez lembrar do italiano Roberto Baggio. Ele carregou a Azzurra no Mundial de 1994, nos EUA, tinha tudo para tornar-se o herói da decisão com o Brasil. E chutou para fora, nos deu o tetra. Ficou com o estigma de perdedor, do pé-frio.

Isso poderia ter atingido Marta nesta sexta-feira, 12 de agosto, na verdade já madrugada do dia 13, dia azarento, lazarento.

Mas a luz brilhou, na pontaria das demais brasileirinhas que se apresentaram para a decisão. E nas mãos santas de Bárbara, que pegou o quinto pênalti da Austrália, provocou a sequência alternada e defendeu também o oitavo chute.

A coadjuvante virou heroína da noite e, por tabela, impediu que a espetacular Marta topasse com a maior tristeza da carreira.

Ufa, que bom! Um viva para as duas. E para as demais também, ora, ora!

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