Curti o desempenho do Neymar, no jogo que afundou o Goiás para a Série B, depois de uma década na elite. Ele merecia plateia maior, mas o Serra Dourado recebeu pouco público. Ao contrário do que ocorreu com a seleção, o astro santista foi mais acionado, deslocou-se com agilidade, se sentiu à vontade. No meio da semana, passou a impressão de que estava contido, talvez reflexo da gelada que recebeu de Mano Menezes, que o deixou fora dos jogos contra Irã e Ucrânia, depois do bate-boca com Dorival Júnior.
Neymar roubou a cena, em Goiânia. Os dribles reapareceram, assim como o atrevimento. Não houve exageros, embora tenha esbanjado classe. Bom retorno, mas que pode ter significado também o encerramento do ano. O técnico Marcelo Martelotti, com base em sugestão da diretoria, pretende dar férias antecipadas para Neymar, sob a alegação de que no ano que vem será muito exigido, nos compromissos com o Santos e com a seleção brasileira, versões sub-20 e principal. Neymar diz que gostaria de jogar até o fim do calendário da Série A.
O pedido de Neymar é compreensível. Na idade dele, tudo é energia e vitalidade. Se está com vontade de jogar, deveria ficar livre para fazê-lo. Se o corpo reage bem, se não se queixa de dores, se não se contunde com facilidade, que se mantenha com o grupo. Mas é justificável também o lado do Santos. Como o jovem deve participar do Sul-Americano sub-20, em janeiro, a intenção é fazer com que descanse pelo menos três semanas, antes do início dos treinos da seleção, em dezembro.