A reação esperada do torcedor qual é? Espernear, botar a boca no trombone, xingar todo mundo, dos jogadores ao roupeiro, passando pela comissão técnica e os dirigentes. Não é nada bacana, a gente sabe. Mas normal nos momentos de tensão e cabeça quente. É o que cabe ao fã, é o que lhe resta para demonstrar frustração. Só não vale violência.
Pois bem. Em períodos de crise os primeiros a se manifestarem são integrantes das organizadas. Essa turma esquenta a cabeça com facilidade e chia já com dois ou três escorregadas. Imagine-se, então, com dez, como é o caso do São Paulo. E a torcida tricolor é altiva, soberba, porque não está acostumada a humilhações. Calcula-se, portanto, que esteja ainda mais revoltada do que as outras.
Não é bem assim. Facções de uniformizadas do São Paulo destoam da corrente comum, ao limitar a bronca aos atletas, chamados de pipoqueiros e outros adjetivos do gênero. Numa rara, senão inédita, atitude de comedimento e ponderação, eximem os cartolas de culpa. Silêncio em torno da atuação do presidente e auxiliares nessa etapa conturbada. Uma paciência incrível!
O voto de confiança para a administração vai mais longe. Houve quem transferisse para a oposição a culpa pelas manifestações populares de descontentamento. As sete derrotas, o flerte com a zona de descenso não são fatos graves, na avaliação desses rapazes. A diretoria pode dar bola fora no que se refere ao time, mas tem um carisma extraordinário, já que consegue apaziguar os ânimos de quem tem pavio curto.
Versão light de uniformizadas? Parabéns, que sejam assim sempre.