O Palmeiras não ganhou do Libertad na técnica e na criatividade. Ao contrário, teve muitos chutões, encontrões, divididas, bolas espirradas. E, por incrível que pareça, o mérito da turma de Gilson Kleina residiu justamente nesse comportamento. Que não foi sinal de covardia, de antijogo, mas de dedicação e reconhecimento dos próprios limites.
Mas essa postura não signficou também retranca. O Palmeiras foi à frente, como pôde, como conseguia, na base do entusiasmo, da correria, da busca por resgatar a autoestima. Esse grupo tem deficiências, não se pode negar - e sou dos mais críticos a apontá-las. Só que nessa partida as falhas são relevadas, por respeito à seriedade do grupo.
Não dá pra destacar quem foi o melhor - a entrega foi generalizada. O esforço de Marcelo Oliveira contagiou Maurício Ramos, que animou Henrique, que encorajou Juninho, que se estendeu para Charles (o autor do gol decisivo), que tranquilizou Fernando Prass (uma defesa extraordinária com os pés). Todo mundo correu. Até a expulsão correta de Wesley contribuiu para aumentar a dramaticidade do resultado.
O Palmeiras é o azarão dos brasileiros na Libertadores. E continua a sê-lo. Mas o entusiasmo dele bem podem servir de exemplo para Fluminense e Grêmio, que decidem vaga na última rodada. E principalmente o São Paulo, que tem desafio gigantesco contra o Atlético-MG. O Palmeiras mostrou que é possível.