O perigo existe, embora faltem 25 rodadas, ou 75 pontos para disputar. O problema está no fato de o Vasco não passar confiança, não dar alento ao público dele. As duas vitórias magrinhas, assim que Celso Roth chegou, deram a falsa sensação de que ocorreria a reviravolta. A fumaça passou num instante e já são mais três derrotas enfileiradas.
A mais recente veio na noite deste sábado, nos 2 a 0 para o Grêmio, em Porto Alegre. O que se viu no campo gaúcho foram duas equipes com posturas, técnica, tática e psicológica, distintas e distantes uma da outra. O Vasco amedrontado e sem equilíbrio; o Grêmio na toada que pegou com Roger Machado e na sexta vitória nas última sete rodadas.
O primeiro tempo ainda enganou um pouco o vascaíno, pois Celso Roth reforçou o meio-campo, fechou espaços e impediu pressão assustadora do Grêmio. Além disso, arriscou dois chutes para testar os reflexos de Gohe. Um pontinho que seria bem-vindo para quem está na parte de baixo da classificação.
No segundo, desabou: começou com o gol contra de Anderson Salles, numa jogada infeliz com o goleiro Charles, e se consolidou com o gol de Pedro Rocha aos 36 minutos. Bem num momento em que Roth havia aberto a equipe, na tentativa de tirar a diferença. O treinador mexeu no ataque, ao tirar Dagoberto e Riascos e ao arriscar com Herrera e Éder Luís. Não aconteceu nada.
O Grêmio esteve soberano e se consolida no bloco de cima, em clara demonstração de que está firme na luta pelo título. O tricolor gaúcho é mais seguro e sereno do que nos tempos de Felipão. Constatação irrefutável.
O Vasco tem todos os ingredientes de quem fará campeonato desastroso e, se vier a salvação, será num sufoco danado. O elenco é frágil e a intranquilidade, visível. Os "reforços" são jogadores rodados, sem espaço em outros clubes e que desembarcaram em São Januário com a missão de evitar novo retrocesso. E, como se não bastasse, tem um presidente ultrapassado.
Muita reza e trabalho - mais alguns milagres - para evitar o pior.