Agora, pretende dedicar-se somente à sua defesa. O que é um direito dele, certamente. E, dessa maneira, também libera o COB de punições impostas pelo Comitê Olímpico Internacional. Ou seja, tira o time de campo porque não havia mesmo como contornar a situação. No lugar, assume o vice Paulo Wanderley, ex da Confederação Brasileira de Judô.
Muito bem. Com a saída de Nuzman, significa que o esporte nacional está limpo? Entrou nos eixos? Expurgou um "mau elemento", a erva daninha, e vida que segue? O ex-presidente era a razão do desprestígio da instituição?
Não.
Nuzman ficou mais de duas décadas no cargo porque foi confirmado, reconfirmado, reeleito por aclamação seguidas vezes. E por quem? Pelos presidentes de Confederações, alguns deles há tanto tempo, ou mais, à frente das respectivas entidades do que o ex no COB.
Ou seja, os integrantes do Colégio Eleitoral têm responsabilidade no furacão que atinge o COB. Porque eles referendaram Nuzman e seus métodos, lhes eram aliados, ou no mínimo simpatizantes. Devem ser cobrados.
Não adianta sair Nuzman, se a estrutura do COB permanecer inalterada. Apenas saiu alguém que se queimou, diante da humilhação de ir para a prisão (mesmo que temporária). Para que se possa vislumbrar novos rumos, é preciso que ocorra reação em cadeia.