Pelo andar da carruagem, daqui a pouco vamos exclamar: "Gente, o Corinthians fez um gol!" Pois mandar bola nas redes adversárias é artigo raro pelos lados alvinegros. Nas últimas seis rodadas, foi só um gol, unzinho, solitário, perdido, e ainda assim insuficiente para garantir vitória: ocorreu na derrota por 2 a 1 para o Goiás, no Pacaembu. Constatação preocupante.
Nesse período, a defesa até que não levou muitos: foram só seis, o que não lhe tira o mérito de ser a menos vazada da competição, com 13 no total. Isso não refresca grande coisa, porque o ataque é dos mais raquíticos, com 20 a favor (à frente só do Náutico, que tem 10). Pior: nessas seis fatídicas rodadas, foram dois pontos ganhos em 18 disputados.
A falta de apetite para incomodar os goleiros prevaleceu no clássico deste domingo contra o Cruzeiro, no Pacaembu. O quarteto inicial, formado por Romarinho, Douglas, Danilo e Emerson praticamente nem fez cosquinhas em Fábio, que passou o primeiro tempo quase a cochilar. Era só troca de bola pra cá e pra lá, sem nenhum poder intimidatório.
Na segunda etapa, os quatro reagiram, mas não muito. Chegaram mais vezes perto da área, mas na hora dos chutes... o alvo era o tobogã, para onde mandaram várias bolas. Pato entrou no meio do segundo tempo e não alterou nada. O Corinthians curtou mais uma dia de seca.
O apagão nos homens de frente é dos problemas mais graves para Tite. Não compensa ter sistema defensivo pouco superado, se o ataque não funciona. Antes havia equilíbrio entre a consistência da defesa e a eficiência dos finalizadores. Agora isso se perdeu. E o Corinthians terminou a rodada na 11.ª colocação. Vai mal...