O Cruzeiro está mais folgado no primeiro lugar do que colarinho de palhaço. (Essa é antiga.) Não só faz a parte dele, como ocorreu nos 2 a 1 sobre o Internacional, no Sul, como ainda se beneficia dos tropeços dos demais, como aconteceu com o Atlético-PR e com o Botafogo nesta rodada. Ou como vinha ocorrendo com o próprio Bota e com o Grêmio nas anteriores.
A turma de Marcelo Oliveira joga com a autoridade dos que se sabem em melhores condições do que os demais. A equipe altera pouco a maneira de atuar, independentemente do local em que se apresenta. Dá o bote na hora certa, raramente acusa golpes e encontra fôlego para controlar o placar como lhe convém. A corrida pelo título só estimula, em vez de desgastar.
O Cruzeiro apostou - e certo - na pressão que o Inter sofreria em Novo Hamburgo, onde a torcida tem mostrado impaciência com a oscilação. Saiu na frente com Nilton aos 4 minutos do primeiro tempo, tomou o empate com Otávio no minuto seguinte, e garantiu outros três pontos (agora são 53) com Willian no segundo tempo.
Os mineiros tiveram a sensibilidade de manter o Inter em rédea curta. Houve momentos em que o Colorado dominou, pressionou e criou chances. Mas sem jamais tirar o Cruzeiro do prumo. E esse equilíbrio, essa regularidade levam a conclusões tão entusiasmadas - e óbvias - em torno do que o espera daqui até o encerramento da temporada.
Ou você ainda acredita em reviravolta? Sei que há de tudo no mundo e que, em 14 rodadas, muita coisa pode acontecer. Mas, desta vez, tem de acontecer muita desgraça junta, para os lados do Cruzeiro, para que ele fique sem a taça em dezembro.