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(Viramundo) Esportes daqui e dali

O que mais falta acontecer no Palmeiras?

Escrevi diversas vezes aqui que o Palmeiras se desintegra, que sua história centenária sofre agressões permanentes, sob o olhar complacente e omisso de quem deveria preservá-la. A briga em que se envolveu  João Vítor e o afastamento de Kleber do grupo que na noite desta quarta-feira enfrentará o Flamengo são os dois episódios mais recentes da decadência. Para piorar, a perspectiva é de agravamento da situação.

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Por Antero Greco
Atualização:

A discussão e pancadaria entre João Vítor e torcedores, na loja oficial do clube, mostram a que ponto chega o descontrole de ambos os lados. Os atletas há muito não se sentem seguros de atuar numa equipe carente de títulos, sem rumo na política e com diretoria inábil. Os fãs acumulam frustrações, percebem que o time regride, enquanto rivais crescem. Entra ano, sai ano, e é só amargura. As conquistas parecem apenas coisa do passado - e um passado escondido, já que os troféus estão amontoados em caixas num depósito qualquer na cidade. Daí, se procura um bode expiatório, que pode ser um João Vítor, jogador sem expressão.

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Em vez de partirem sinais de pacificação e ousadia, o que vem do clube são apenas novos indícios de atritos e briga pelo poder. A cartolagem parece mais preocupada com sua vaidade, com os compromissos com grupelhos e sabe-se lá com que mais. Respeito às tradições do Palmeiras é tema relegado a segundo plano, bobagem para 'românticos' perderem tempo.

 Tempo quem perde é a agremiação, ao ainda dar espaço para gente que há muito deveria ter tirado o time de campo e aproveitar o que o clube lhe proporcionou. Gente que já usufruiu demais do Palmeiras, e que no entanto não sai de cena. Gente que se sustenta só por estranhos acordos políticos. Gente que não está nem aí para o mal que desencadeia. Gente que é responsável por essa tensão que descamba para violência.

Para entornar o caldo de vez, o futebol está à deriva. Quem deveria mandar só tem conversa mole, se esquiva em situações delicadas e larga tudo nas mãos de Felipão. O técnico passou a exercer funções que não seriam suas, dá declarações fortes, entra em atritos com jogadores, já não tem a coesão no elenco e não consegue obter resultados positivos em campo. Daí os choques com jogadores, as caras feias pra todo lado. É um círculo vicioso sem fim.

 E qual a postura da diretoria, mais uma vez? Respostas vagas, como na explicação do afastamento de Kleber e na nota oficial sobre a confusão com João Vítor (vai esperar as investigações). Vão plantar batatas!, como diria o pessoal do Bom Retiro, onde havia palestrinos de verdade.

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