Pois digo o contrário: a turma tricolor demorou a entrar em ação. Deixou escapar mais dois meses de incêndio no elenco, antes de optar pelo retorno de um técnico que tem afinidade com o clube e que conhece pra burro os bastidores locais. Por picuinhas internas, ainda da passagem anterior (encerrada em 2008), a cartolagem ensebou antes de chamá-lo de volta.
A contratação de Muricy é a saída que restava para uma diretoria que acumula erros sem parar, se fechou em um mundo irreal e ficou sem rumo. No momento em que considerou encerrado o ciclo de Ney Franco, e com o time a fazer água, deveria ter recorrido a um nome da "casa", com aceitação entre jogadores e torcida. Decidiu ser cabeça-dura e se lascou.
Muricy não é mágico - não acredito em treinadores como seres superiores -, mas eficiente. Muito provavelmente, montará plano de emergência, e isso inclui reforçar a defesa e jogar por goleadas de 1 a 0. Por algumas rodadas, até respirar, o São Paulo deve fechar-se, baixar a poeira e reerguer-se. Se a primeira etapa der certo, então a segunda será a de acelerar e terminar o ano com uma posição pelo menos decente. (E ainda tem a Sul-Americana.)
O elenco pode não ser a maravilha que se supunha, ou que os dirigentes apregoavam. Mas não é de péssima qualidade. Há diversos jogadores com capacidade para jogar muito, muito mais do que têm feito. O desafio de Muricy é tocar o grupo pra correr e jogar.
Se nem assim funcionar, então o negócio é rezar para que outros estejam piores do que o São Paulo. Se também não adiantar nada... o final já se sabe qual será.