Osorio deu várias pistas de que não criaria raízes no Morumbi. Pra início de conversa, fez críticas abertas à diretoria, por não cumprir com o que havia prometido quando foi procurá-lo na Colômbia (Sobretudo no que dizia respeito ao desmanche no elenco.)
Depois, falou que havia gente demais dando palpites no clube. Em seguida, admitiu que os dirigentes não eram confiáveis e mais adiante reconheceu que estudava oferta interessante. Ou seja, só não enxergou que ele ia embora quem não quis. Basta um pouco de vivência no mundo do futebol para depreender que preparava terreno para bater asas.
Agora, virou oficial e o São Paulo anunciou nesta terça-feira que está com vaga para treinador. A intenção inicial era a de segurar Osorio até o fim do ano ou, na pior das hipóteses, até o encerramento da participação da equipe na Copa do Brasil.
Oficialmente, se alega que os mexicanos não toparam e o querem imediatamente por lá - pode ser verdade. Mas também foi conveniente para Osorio dar no pé, ao ver como andam quentes as relações entre a cartolagem no São Paulo, com trocas de sopapos e demissões. O melhor mesmo que fez foi baixar em outra freguesia.
Osorio não deixará saudades no que se refere a conquistas - e aí não vai crítica nem depreciação. Questão apenas de tempo e constatação. Ficou tão pouco no Morumbi que não foi possível avaliar, com forte embasamento, se o trabalho daria bons frutos.
Mostrou seriedade, não escondeu gosto por variações de esquema e escalação, alguns jogadores se deram bem com ele (caso de Pato) e mais não lhe foi possível fazer. Claro que deixa boa impressão. Fica para a próxima.
O São Paulo precisa de alguém para preencher a lacuna. A saída habitual é convocar Milton Cruz até dezembro. Outra é contratar um técnico para trabalho de longo prazo. O São Paulo já viveu dias melhores.