Essa resposta é o ponto central do bate-papo de Osorio com jornalistas que acompanham as atividades do dia a dia tricolor. Ao admitir que os empregadores dele não são firmes de propósitos e ações, o colombiano escancarou as portas para ir embora. Revelou em público que não bota fé na palavra da cartolagem.
Imagine qualquer profissional falar abertamente que não acredita nos patrões, ou nos superiores? O que ocorre, em casos semelhantes? Ou o sujeito pede demissão ou é convidado a ir tentar "novos desafios no mercado". Um fato é certo: a relação se rompe.
Pois parece que é esse o rumo para o qual se encaminha a aventura de Osorio no Morumbi. Não é de hoje que ele dá cutucadas nos dirigentes - já disse que lhe venderam um projeto de trabalho e lhe apresentaram outro; já criticou a politicagem do clube; já revelou que tem muita gente que dá palpites e por aí vai. Ele abre a boca e a turma da casa faz ar de desentendida. Aliás, o São Paulo faz tempo que anda estranho no que se refere a postura. Fica no passado a imagem de clube altivo e nobre.
Osorio parece pessoa bem-intencionada e dedicada no que faz. Mas não tem jeito de sonso, ingênuo e tampouco de tapado. Se toca em temas tabus é porque imagina onde o possa levar. E, salvo engano e reviravolta espetacular, esse tipo de comportamento desemboca em saída.
Ainda mais agora que aumentam os indícios de que avançou a negociação para assumir a direção da seleção do México. E Osorio tem repetido, com mais ênfase, o desejo de ir a uma Copa do Mundo.
Esperar para ver.