Não é simples a missão de nenhum dos dois. O Botafogo apostou em Seedorf como chamariz para público e patrocínio, além de conquistas, é claro. Não tem obtido sucesso em nenhuma dessas tentativas.
O torcedor tem dado resposta negativa (menos de 5 mil foram ao jogo pela Sul-Americana), não houve ainda retorno publicitário por causa da vinda do holandês, veio a desclassificação na competição internacional e a briga pelo Brasileiro praticamente foi para o espaço, já que neste momento está a 15 pontos do líder Atlético-MG (42 a 27).
De quebra, o técnico Osvaldo de Oliveira tem sido contestado. Como foi também na vitória sobre o Palmeiras. O Botafogo saiu na frente, com gol de Seedorf (em jogada em que Lucas estava impedido), mas tomou o gol de empate (Patrik). No segundo tempo, pressionou, mas sem ser ousado. Fez outros dois gols (Renato e Lodeiro), mas não abriu mão da cautela. Deveria, e poderia, ter sido mais atrevido.
O Palmeiras nem festejou a classificação, porque vive um momento delicado. No Brasileiro, tem 16 pontos em 18 rodadas, perdeu dez vezes e está a meio passo de voltar para a zona de rebaixamento. Precisará de campanha de recuperação forte, no returno, para não viver a experiência amarga da Segunda Divisão, como em 2003. E o número de contundidos não para de crescer: agora, as baixas são Roman e Patrik.
Por outro lado, é tentadora a possibilidade de avançar na Sul-Americana, ter outro título (este ano ganhou a Copa do Brasil), o que o faria terminar o ano no lucro e além da expectativa. Eis um desafio para Felipão, seus rapazes e os dirigentes. Como conciliar a perspectiva de glória numa frente e a ameaça de fiasco em outra.