Era esse o panorama para o duelo com o Linense, na noite desta quinta-feira, no Allianz Parque. De um lado, o líder com seis vitórias consecutivas. De outro, um franco-atirador, sem maiores pretensões. Tudo levava a crer que seria outro sparring fácil de derrubar. Sensação que aumentou após o gol de Borja logo aos 4 minutos.
Ilusão.
A vantagem estufou a autoconfiança do Palmeiras, que chegou a ter mais de 70% de posse de bola, como se isso fosse indício de superioridade absoluta. Só que, aos poucos, o Linense equilibrou, avançou, empurrou o rival para o próprio campo. Ficou cheio de graça. E empatou pouco antes do intervalo, com Adalberto.
Deu uma esfriada na turma verde.
No segundo tempo, o roteiro parecia repetir-se, ao menos em parte. A parte boa, com outro gol de Borja e os 2 a 1 no placar, após eficiente jogada de apoio de Marcos Rocha. O Palmeiras estava mais ligado do que na etapa inicial.
Outro engano.
O Palmeiras topou com a marcação insistente do Linense, de novo se viu obrigado a recuar, assistiu a tentativas do visitante e levou o gol do placar definitivo, em chute forte de Murilo, de fora da área. Depois disso, o líder do Paulistão arriou e não criou lances de destaque.
Roger Machado acertou ao manter a estrutura da equipe, com a novidade de Guerra no meio-campo desde o início. O venezuelano foi discreto e participou do primeiro gol. Depois, cedeu lugar para Scarpa, que não teve lances significativos. Ainda entraram Keno (Lucas Lima) e William (Dudu), mudanças que se têm tornado corriqueiras.
As falhas do Palmeiras, hoje: vacilou na marcação, deixou exposta a zaga, criou pouco e, por extensão, finalizou menos do que em outras ocasiões. Chutou menos a gol do que o Linense.
Mas, se serve de consolo, sustenta a invencibilidade na competição. E, com o perdão do lugar-comum, há tropeços que vêm em boa hora. Melhor ceder dois pontos agora, na fase de classificação, do que ser surpreendido nas etapas eliminatórias.
O tropeço serve também para tirar qualquer tentativa de jogadores calçarem salto alto.