Resultado normal para clássico, ok. Mas importante porque sinaliza tendências. O Palmeiras ganhou de quem está na parte de baixo da classificação, e isso é beabá no planejamento de um campeonato por pontos corridos. O Santos, com a derrota (sétima em 14 rodadas), acende de vez o sinal amarelo e vê aumentar a tensão. Fará daqui em diante campanha só para não cair.
Um dos méritos palmeirenses para chegar à quinta vitória em seis jogos - na semana passada, empatou com o Sport, em Recife - foi a postura. A equipe sob comando de Marcelo Oliveira tem sido equilibrada, regular, homogênea. Não há distanciamento entre os setores; ao contrário, eles se completam, como manda o manual básico do futebol. Os jogadores sabem de suas funções.
O conhecimento dá segurança - e isso tem pesado em favor do Palmeiras. O Santos, por exemplo, esboçou incomodar, no começo, e até ostentou 70% de posse de bola. Número expressivo que na prática não significou nada, pois raros foram os chutes a gol. Não adianta ficar com a bola se não se aproveita para botar o adversário na roda e enchê-lo de gols.
O Palmeiras foi preciso, conciso e direto: numa das roubadas de bola, teve contragolpe mortal, que terminou no gol de Leandro Pereira, o artilheiro que despertou e tem feito gols decisivos. Dali em diante, mesmo com jogadas lá e cá, os donos da casa foram superiores e mais tranquilos. A rigor, o Santos não ameaçou sequer chegar ao empate, quanto mais uma improvável virada.
O reencontro dos finalistas do Campeonato Paulista mostrou um Palmeiras em ascensão, com alternativas para o técnico (Lucas Barrios entrou e pode loga cavar lugar) e sereno. O Santos depende da abnegação e entrega de Ricardo Oliveira, que faz tudo. Dorival terá missão complicada para tirar a equipe do buraco.