A desculpa dos desfalques estava pronta para ser usada em caso de tropeço e eliminação. Na ponta da língua, os nomes de Valdivia, Leandro, Arouca, Gabriel Jesus e outros. E, pela parte inicial do jogo, parecia que entraria em ação o discurso para explicar outro vexame histórico. O Palmeiras teve dificuldade na criação, abriu espaços generosos na defesa e, num vacilo em boa jogada de Pimentinha, levou o gol de Diones e sentiu o golpe. Tanto que, no intervalo, soaram algumas vaias.
A mudança radical veio na segunda parte.Oswaldo de Oliveira colocou Robinho no lugar de Amaral, liberou mais Zé Roberto para arriscar e o Palmeiras resolveu impor-se, jogar como mandante e como quem tem obrigação de não frustrar o público nem furar o planejamento da diretoria. E os gols começaram a surgir com naturalidade. Vitor Hugo, Zé Roberto, Cristaldo, Kelvin, Zé Roberto de novo. A sequência fez o bom time maranhense murchar, jogar a toalha e reconhecer a derrota.
Tudo certo, então, no Palmeiras? Não. O sistema defensivo apresenta falhas - e não só por causa do gol sofrido. Em vários momentos, a zaga ficou exposta e o Sampaio Correa teve chances de encostar. Não conseguiu por duas bolas que bateram na trave, além de duas boas defesas de Fernando Prass. Mas fica uma boa constatação: o lugar de Zé Roberto é no meio-campo. Ele cresce por lá, e o time também.
O Palmeiras tem muito caminho a percorrer até se tornar confiável.