Pois bem, dá para entender o porquê das vaias que já se ouviam no Allianz Parque antes da metade do primeiro tempo do jogo com o São Bernardo, na noite desta quinta-feira. Não necessariamente concordar com o público. O palestrino anda impaciente no que considera demora para o time deslanchar. E, claro, o alvo preferido por ora é Eduardo Baptista. O técnico chegou sem fama, com currículo modesto, e tem a tarefa árdua de colocar logo a "máquina" para funcionar.
E a verdade é que a máquina verde precisa de ajustes, diversos. A equipe campeã brasileira não se engrenou tampouco se soltou. O que é compreensível, em início de temporada. Mas também não se pode tirar a razão do torcedor, pois a base de 2016 foi mantida e ainda vieram vários jogadores. Ou seja, opções o treinador tem, e de sobra.
Falta encaixar sistema e peças. Eduardo Baptista quer o Palmeiras diferente daquele de Cuca. Para tanto, precisa de tempo - e de resultados. A derrota no final de semana, além da oscilação mostrada até agora, deixou a galera com um pé atrás. E, diante das dificuldades no jogo com o São Bernardo, a impaciência veio à tona.
O Palmeiras não fez bom primeiro tempo. Se a defesa quase não foi incomodada, o meio criou pouco e Willian de novo ficou esquecido no ataque. Chances de gol? Uma ou duas, no máximo e com boa vontade na contagem. No segundo, Eduardo mexeu, e colocou Michel Bastos no lugar de Roger Guedes (saiu vaiado e é candidato a perder vaga no time), Rafael Veiga em substituição a Guerra (não esteve bem) e Keno por Moisés (ainda fora de condições ideais).
As mexidas melhoraram o time, sobretudo na transição da defesa para o meio. A marcação também melhorou, assim como a velocidade. Como resultado, vieram oportunidades de gol, a primeira aproveitada por Dudu (que não comemorou, em protesto desnecessário) e outra completada por Jean, ao cobrar pênalti sobre o mesmo Dudu. Houve espaço para um terceiro gol.
O Palmeiras tende a evoluir, obrigatoriamente até, pela qualidade do elenco. E Eduardo Baptista merece crédito, por questão de justiça. Um teste de fogo será na semana que vem, no dérbi com o Corinthians. E a prova maior virá com as rodadas iniciais da Libertadores.
A dúvida: o palmeirense terá calma, diante de eventuais tropeços? Vitórias animam, mas o Palmeiras precisa mostrar mais para passar confiança para as tribunas.