A torcida do Cruzeiro também havia feito a parte dela, assim que a delegação voltou para Minas, com faixas, cartazes e outros sinais de que repudiava o que aconteceu fora do País. Não poderia ser diferente com um atleta da casa. Deu apoio logo na primeira hora.
Mas o que me chamou a atenção foi a força que veio da parte dos seguidores do Atlético. Eles não podiam ficar à margem, pois o incidente no Peru foi tema forte em todo lugar, sobretudo em Belo Horizonte, como é mais do que compreensível. Resolveram mostrar carinho com Tinga. Mas pegaria mal se fosse uma coisa muito melosa, piegas. Daí saíram pelo meio-termo e vieram com o corinho significativo: "Ei, Tinga, vai se f... Mas nessa do racismo estamos com você!"
Perfeita, criativa, bem mineira a saída encontrada pela turma do Galo. A "ofensa" é daquelas mais bobinhas e comuns em estádios de futebol, que jogador nenhum liga. E, no contexto do coro, ela perdeu qualquer significado mais pesado. Deu para entender que era uma forma carinhosa de dizer: "Ei, estou do seu lado, mas não posso exagerar porque você é inimigo..."
Gostei. Quem dera se recuperasse o tempo em que a "guerra" se limitava aos 90 minutos, em que se podia zoar à vontade com os rivais. Essa reação felizmente deixou em segundo plano até alguns atos hostis de torcedores na chegada da delegação do Cruzeiro. Não cabe falar agora.