Pois não é que recebi diversas respostas, em tom irado, do pessoal de lá, com uma observação, repetida mas interessante, em tom de desaprovação para esse tipo de jogo? O mais comum foi ler que "Pernambuco é diferente do restante do Nordeste", pois não tem tantos fãs de times paulistas ou cariocas, como em outros centros da região. Sport, Santa Cruz e Náutico satisfazem a paixão dos fãs locais.
Correto, nada a objetar. De fato, as três equipes são tradicionais, têm muitos seguidores e seus respectivos estádios. Tanto que resistem, também, à ideia de usar a nova "arena" como casa, como pretendem governantes, para que a obra não vire um elefante branco, depois da disputa do Mundial de 2014. Há muita gente que simpatiza com equipes do Sudeste, mas não como na Paraíba, em Sergipe, em Alagoas, no Rio Grande do Norte.
Não foi por acaso que o público pagante não chegou a 10 mil. O contrário do que ocorreu no sábado, quando mais de 50 mil pessoas foram ver o Flamengo empatar com o Coritiba no Mané Garrincha, em Brasília. Tanto que a direção rubro-negra já confirmou mais cinco partidas por lá, diante do retorno de bilheteria que teve.
É evidente que a presença de clubes tradicionais, e de fora de Pernambuco, na "arena" erguida na região metropolitana da capital, tem um sentido político. É do interesse do governo, dos responsáveis pela praça esportiva e da CBF provar que não foi dinheiro em vão desperdiçado ali. Haverá diversas ações nesse sentido.
Só se for à custa de muita propaganda e de extremo poder de convencimento para que o público mude de opinião. Mesmo com problemas, os torcedores preferem ir aos estádios tradicionais, pela localização e pela identificação que têm com eles. Também é forçar muito a barra para que cariocas ou paulistas se apresentem por lá, mesmo que de vezem quando. Elesterão prejuízo financeiro e físico. Mas tente explicar isso aos cartolas...