Nestes 30 anos, deu pra perceber o que significa torcer para time mediano, em geral coadjuvante nas competições de que participa. Nesse período todo, vi a Roma ser campeã italiana duas vezes apenas (uma delas com Falcão) e ganhar um ou outro título da Copa Itália. Num momento excepcional, em 1984, chegou à final da Copa dos Campeões da Europa, porém conseguiu perder a taça em casa diante do Liverpool.
A sina de clube de segunda linha se manifestou nesta terça-feira, na primeira parte da semifinal da Copa Itália, com a derrota por 1 a 0 para a Internazionale, no Estádio Olímpico. Com o resultado, ficou a um passo da eliminação, o que significa fechar mais uma temporada sem nenhuma conquista. Ok, há o jogo de volta, em Milão, dentro de alguns dias, e a classificação pode vir com vitória por 2 a 1. Custo a acreditar nisso.
A Roma mostrou mais uma vez que está em queda livre, do ponto de vista físico e no aspecto técnico. No sábado, havia sido surpreendida pelo Palermo (2 a 3) também em casa, porque lhe faltaram pernas. O mesmo ocorreu diante da Inter. No segundo tempo, sobretudo, não teve forças para reagir. Não teve moral, nervos e fôlego. Ficou entregue.
A Inter garantiu a vantagem em cima da hora, na fase inicial, com um golaço de Stankovic - uma bola no ângulo direito do gol de Doni, em chute da entrada da área. No segundo tempo, soube domar o desespero dos anfitriões. A vitória alivia um pouco o ambiente pesado dos pentacampeões italianos, por causa de quatro derrotas nas cinco partidas anteriores a esta.
A Copa Itália é o que resta para a Inter, numa temporada atribulada. Por isso, se mostra disposta a não falhar mais uma vez, como já ocorreu no Campeonato e na Copa dos Campeões. Daí também a festa enorme que jogadores fizeram com Leonardo, técnico que tem a cabeça a prêmio, com apenas quatro meses de casa.
Enquanto isso, o tifoso da Roma segue sua sina de achar que um dia terá um time grande, vencedor e colecionador de troféus, como Inter, Milan e Juventus. Acho que pode esperar sentado.