EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

(Viramundo) Esportes daqui e dali

Ronaldinho vira Cidadão Honorário de BH. Já?!

Sérgio Porto foi jornalista e escritor brilhante. Sob o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta, escreveu nos anos 1960 livros deliciosos, os famosos Febeapá, ou Festival de Besteiras que Assola o País. Neles, pegava fatos que mostravam os absurdos que se cometem no dia a dia e fazia comentários divertidos. Alguns seriam hoje considerados politicamente incorretos.

PUBLICIDADE

Por Antero Greco
Atualização:

Sérgio morreu com 45 anos, em 1968, e perdeu muito Febeapá, que aqui brota mais do que capim. O mais recente vem de Belo Horizonte. Um vereador, cujo nome aqui não relatarei para não dar-lhe mais publicidade, para fazer média com o Atlético-MG, ainda mais em ano eleitoral, conseguiu a toque de caixa aprovar proposta de conceder para Ronaldinho Gaúcho o título de "Cidadão Honorário" da cidade.

PUBLICIDADE

A alegação para a honraria para um jogador que está em BH há um mês, pouco mais pouco  menos, é a de que se concede para personalidades que se destacam nas áreas social, política, cultura, artística, desportiva. Ok, nada contra, desde que as tais personalidades tenham de fato contribuído para o engrandecimento, para o progresso, da capital mineira.

Ronaldinho acabou de chegar, não disputou ainda nem dez jogos pelo Galo, não conquistou título, o que pode acontecer, se o time mantiver o ótimo ritmo de início de Brasileiro. Ele é bom de bola, o Galo é grande. Ambos merecem sucesso sempre. Mas calma lá! Assim não.

Impressiona o oportunismo de políticos, que preferem o populismo fácil - e nada melhor do que o futebol para atingir objetivos desse nível. E o pior é que o torcedor, cego pela paixão, cai na armadilha, e o tal político vira figura carimbada e querida para os menos esclarecidos.

Pelo jeito, BH é uma cidade sem problemas. Só assim dá para entender que um vereador tome o tempo dele, e de seus colegas, para homenagear um profissional que provavelmente ainda nem conheça direito o trajeto de casa para o trabalho. A gente quer respeitar a classe política, porser aividade imprescindível para a democracia. Mas assim complica...

Publicidade

Ai, que saudade do Stanislaw Ponte Preta!

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.