A torcida corintiana teve a ilusão, por 13 minutos, de que a liderança seria retomada, depois de o time ser desbancado no sábado por goleadas de Vasco e São Paulo. A esperança veio com o bom começo e com o gol de Liedson. Só que na sequência Júlio César fez dois milagres, em cabeças de Edu Dracena e Alan Kardec.
Eram os sinais de alerta, ignorados pelo Corinthians, que aos poucos perdeu velocidade no meio-campo e não conseguia puxar ataques com Emerson, Willian e Liedson. O castigo veio aos 37, com o empate obtido por Henrique. O gol baqueou um grupo que até recentemente impunha temor e respeito aos adversários.
O Corinthians grogue foi às cordas no início da etapa final, com o gol de Borges (17 no campeonato), em vacilo geral do sistema defensivo. Antes e depois desse gol, Alan Kardec perdeu chances incríveis, em jogadas criadas por Neymar. Era o Santos a crescer e o time de Tite a perder-se, como nas rodadas anteriores.
Nem a expulsão de Henrique, aos 22, alterou o ritmo e o ânimo. O Santos manteve constância na pressão, fez 3 a1 em contra-ataque em alta velocidade (a bola desviou em Chicão, mas o gol foi computado para Alan Kardec) e teve pelo menos mais duas chances. Por pouco não saiu de campo com uma goleada de lavar a alma. O meio-campo corintiano sumiu, a defesa ficou exposta e o ataque se isolou.
O campeonato está tão maluco que, mesmo assim, o Corinthians fica a dois pontos do líder Vasco e a um do São Paulo, seu adversário na quarta-feira. O sinal vermelho, no entanto, já foi ligado no Parque São Jorge, parte da torcida partiu para a ignorância e o ambiente ficou tenso. O clássico do meio de semana vai indicar o caminho do técnico alvinegro e seus pupilos. Sem chance para meio-termo.