O Deportivo tem 17 participações na competição continental - o que poderia indicar que se trata de um adversário tradicional. Não é. Tem inegável importância doméstica, local, e por isso se classifica com regularidade para o torneio. Na prática, porém, é um dos muitos coadjuvantes de sempre. E como figurante de segunda linha esperou o Santos. Estava preparado para defender-se e jogar em contra-ataques. E foi o que fez.
Só que o Santos também surpreendeu, com uma formação mais cautelosa. Adilson optou pela zaga com Danilo (um dos jovens campeões com a Sub-20), Durval e Edu Dracena. Ainda reforçou o meio-campo e na frente colocou Diogo, um meia-atacante, ao lado de Neymar. Com isso, deixou no banco Maikon Leite, um dos destaques do time neste início de temporada, Zé Eduardo e Keirrison. Ou seja: tratou de não se expor.
O Santos de fato não ficou vulnerável - mas tampouco foi o time atrevido que a torcida acostumou-se a curtir. Não foi por acaso que teve talvez três chances no jogo todo - aos 31 minutos do primeiro tempo, com uma bola de Danilo na trave; dois minutos depois com gol de Diogo bem anulado por impedimento de Elano; e aos 45 da fase final, numa cabeçada de Durval que o goleiro Sanhouse defendeu. Mixaria para um candidato ao título.
Neymar, a estrela da companhia e esperança de lances bonitos, não brilhou. Esteve bem marcado e pesou o longo período na Sub-20. Em vários momentos pareceu dispersivo, apático, cansado mesmo. Nem de longe foi o jogador ousado de sempre. Assim como o resto da equipe deixou a sensação de que faltou explosão.