O clássico não teve ritmo intenso. Mas quem tomou iniciativa foi o São Paulo. O time de Milton Cruz, o interino permanente que dá conta do recado, tratou de impor-se, criou chances e esbarrou em Fábio, em outra exibição decisiva. O goleiro do Cruzeiro fez três defesas extraordinárias e evitou que a equipe dele voltasse para casa em situação muito delicada para decidir a vaga.
O São Paulo não pôde contar com Michel Bastos, outra das milhares de vítimas da epidemia de dengue, nem com o suspenso Luis Fabiano. Em compensação, mostrou Wesley na competição internacional e apostou em Centurión, até agora jogador controvertido e em busca de afirmação. No fim das contas, foi o argentino quem deixou o time na frente, com o gol quase no final do jogo.
O sistema defensivo tricolor funcionou, da mesma forma que o meio-campo e o ataque do Cruzeiro decepcionaram. Marcelo Oliveira percebeu que o time não deslanchava, mudou na frente - Gabriel Xavier no lugar de Willian e Joel na vaga de Damião, que voltou a sentir contusão - e ainda assim não obteve resposta positiva. Na armação, De Arrascaeta teve pouco espaço para criar. Enfim, Cruzeiro emperrado, com dificuldade para soltar-se, quase sem brilho.
O São Paulo ganhou a primeira parte do duelo, recobrou moral e precisa de empate. Mas nem de longe se deve achar que a questão esteja fechada. Diferença mínima, com dois aspectos: 1 - pode ser tirada, desde que o Cruzeiro volte a jogar como campeão; 2 - um gol são-paulino obrigará o Cruzeiro a ter de fazer três, se quiser seguir adiante.